Este blog estava completamente parado! Então, enquanto estamos fazendo um DVD de mais de 1 hora, vamos voltar com uma coisa que já teve muito neste blog... os momentos obscuros da TV brasileira!!
- Em 2003, o Superpop enfrentava problemas muito estranhos no som. Só podia ser isso: é que pelo menos três entrevistados do programa na época pareciam não compreender as perguntas logo de cara (dois deles eu me lembro quem eram, Georgia Gomide e Clóvis Bornay), e dava uma aflição, parecia que eles de repente estavam ficando surdos, sei lá...
- O SBT havia achado a solução inphalível para seu jornalismo em 2002: o "SBT Notícias" um telejornal gravado, de uma hora era reprisado 6 vezes entre meia noite e seis da manhã. E com as mega-encheções de linguiça "A Palavra é Só Sua", na qual telespectadores emitiam opiniões que eram escritas na tela, e um quadro de perseguições policiais, "Tolerância Zero", dadas como notícias, mas que talvez tenham acontecido uns 5 anos antes...
Reprisado seis vezes? Caramba, isso está no DNA do SBT: Alguns filmes exibidos aos domingos eram reprisados duas vezes seguidas, e na fase da TVS canal 11 do Rio haviam seriados que eram reprisados 4 vezes.
- Por volta de 1986, a Rede Globo exibia um seriado sui generis em sua programação: Benji. Tá, é aquele cãozinho de uma pá de filmes. Mas essa série não tinha nada a ver com nenhum deles: Benji era acompanhado de um garoto extraterrestre e de um robô, chamado Sax ou Zax, sei lá, que foi a coisa mais bem feita que eu já vi na televisão, superando Fofão e Halleyfante de goleada e empatando com o episódio onde Raven e sua amiga viram vacas. Esse robô voava como ninguém, Brasil. E eram mais eles que eram os astros da série, que tinha como Curiosidade Suprema o fato de ser em videotape - imagine os videoclipes do Fantástico, é algo assim. E com câmeras das boas, á lá novela das oito! Em vez de ser em película de cinema, mídia de quase 100% dos seriados com essas características - gravações em externa e efeitos especiais da pesada. E apesar disso, quando o robô voava, não era em chroma key! A série seria uma produção da Disney ou outra empresa do grupo. Além de Zax, outro robô parecido, chamado Zox, acompanhava os verdadeiros vilões da série, um casal de adultos, também extraterrestres, e que apareciam bem pouco - no restante do tempo, o garoto, cujo nome eu não me lembro mas nem a PAL 625 linhas, lutava para sobreviver no nosso planeta sem trabalhar, estudar e ser notado como não-terráqueo (isto na minha opinião, craro...)
Uma imagem que me marcou nessa série, e que até hoje eu não consegui entender, foi quando o garoto extraterrestre tentou comer ovos sem quebrá-los nem nada, tentando engolí-los! Essa cena me incomodou pra caramba, embora esse seriado fosse exibido na Sessão Aventura... A série era mais curta do que o normal e era exibida junto de outra, às sextas, se não me falha a memória.
- Mais ou menos nessa época ou um ano depois, não me lembro, a Globo exibia um seriado chamado Missão Mágica, protagonizado, vejam ustedes, por um anão, cuja maior arma seria uma bolsa. Na época, eu achei o plot muito parecido com o do Gato Félix, que era exibido no SBT e aprontava mil e quatro com sua "bolsinha mágica", com uma indefectível textura amarela de bolinhas e cruzinhas - e nem por isso duvidavam de sua masculinidade...
Mas a curiosidade mesmo vem agora. Em 1989 ou 1990, a Rede Record - a "velha" Record, antes da IURD chegar - chegou a exibir esse seriado, e inclusive, com a mesma abertura que a da Globo! A abertura não era a original, foi feita em computação gráfica, e reconstituía essa bolsa através de linhas coloridas, no melhor estilo Scanimate (mas era CG mesmo).
- Recentemente, por acaso, descobri que o lançamento do SBT se deu as 19h, e logo após a assinatura do contrato, em Brasília, depois daquela vinheta (que eu já parodiei em um dos meus úrtimos vídeos) foi ao ar o programa do Bozo. E o pior é que eu me lembro de ter assistido esse programa à noite! Será que eu vi sem querer a estréia do SBT ou o Bozo na Record era de noite? Se você se lembra, comente este post! A propósito, a Rede Manchete era pródiga em colocar programas infantis extremamente tarde, entre as 19 e 20 horas.
- Não sei se eu já falei isso aqui, mas em uma vinheta onde eram ditos os patrocinadores do Jaspion, a Manchete já chegou a escrever JASPIOM na tela. Pelo menos, sem acento no A...
- Ah, falando em Manchete: Geralmente a Globo coloca uns 3 ou 4 intervalos durante os philmes. Todo mundo que assistiu TV no Brasil já viu escrito na tela: Parte 1, Parte 2, Parte 3 e Final. E quase todo mundo fazia assim. Ou não?
É que já assisti ao filme A Noviça Rebelde na Manchete, e eu juro pra vocês que eu vi escrito, mais pro final do filme, "10ª parte"!!! Será que esse filme é tão grande assim ou já naquela época a antecessora da RedeTV! "já se curvava ante ao vill metallll"?...
- O controle mestre de uma emissora de TV é o principal local da emissora, do qual os programas em si são exibidos (comerciais e programas gravados), e para o qual vão as transmissões ao vivo. Atualmente, é lá que é colocado o símbolo da emissora na tela. E porquê eu estou dizendo isso? Em 1985, eu vi a ÚNICA VEZ na minha vida em que deu um problema técnico em uma emissora de TV durante a exibição de comerciais. Era um comercial da Fanta ("Amiga Fanta", tuxado de personagens Disney da velha guarda, com direito até a Clarabela no elenco), no intervalo do Balão Mágico, tuxado de personagens Disney da velha guarda, mas relativamente bem animados (é que a minha cabeça é uma desgraça, aí vai que eu consigo ver esse comercial de novo e eu vejo que era tudo tosco). Me lembro que a fita estranhamente deu um "pause", entrou a tela de problemas técnicos da emissora (aliás, de uma série diferente, comemorando os 20 anos da Globo, não tinha aquele lance de enquadrar o símbolo pelos cantos), e mais ou menos uns 15 segundos depois, o intervalo voltou. E muito provavelmente os prophissionais que lá estavam foram demitidos... Desde então, esse tipo de coisa eu só vi durante os programas - parece que a exibição de comerciais é uma das coisas mais seguras hoje em dia na TV, eles podem se dar um tiro na cabeça, mas os comerciais eles passam.
- Mas, meninos, eu vi também, um verdadeiro recorde mundial. Em 1984, o filme da Sessão da Tarde "O Planeta dos Macacos" parou SEIS VEZES durante a exibição!! Assisti essa barbaridade [tchê] pela RBS TV de Porto Alegre, onde eu estava passando as phérias. O filme tinha alguns problemas no som somente comparados aos de alguns episódios de "Chaves"...
- Em 1992, o Domingão do Faustão foi transmitido sem energia elétrica! Faustão disse para os telespectadores de todo o Brasil, que o estado do Rio de Janeiro estava sem luz, e o programa foi feito apenas com iluminação branca no estúdio e os detalhes do cenário apagados. Mas até que as coisas rolaram.
- Em 1993, um repórter do Jornal Nacional foi identificado com uma tarja do Fantástico, e com as cores todas erradas. O jornal sairia do ar por mais de 20 minutos !!!
Acho que nunca mais vi uma saída do ar com essas proporções - nem mesmo comparando quando Sérgio Chapelin disse durante o Fantástico, em 1990: "Por favor, tira esse texto daí, por gentileza?" - segundo ele, em entrevistas posteriores, o teleprompter mostrava o texto errado naquela hora. O episódio foi zoado por João Kleber no primeiro programa Ri-Retrospectiva.
- Mas Chapelin também teve outro momento histórico, e do qual ele já talvez se orgulhe mais: ele foi o primeiro apresentador a dizer um endereço de Internet na TV! Bom, pelo menos na Grôbio... Era o do site francês le-web.fr, que em 1995, disponibilizou na íntegra o texto de um livro que falava a respeito da saúde do ex-presidente François Miterrand, que barrou a publicação do mesmo. O endereço foi simplesmente soletrado - claro, afinal, nunca antes termos como http://www.etc foram ditos na TV! Algum tempo depois, o Fantástico começaria a tornar isso mais habitual.
- Hans Donner já reclamou, no começo dos anos 90, que a Rede Globo não dava tempo suficiente para ele fazer as aberturas dos programas. E os resultados, todo mundo viu: as aberturas da novela Fera Ferida e da temporada 1993 da Escolinha do Professor Raimundo foram ao ar incompletas (nessa novela, foi colocado um GC as pressas, que foi substituído dias depois pelos nomes voando em computação gráfica, na Escolinha, as imagens animadas dos personagens apareciam paradas) e até com erros (o phalecido comediante Carvalhinho, que fazia um personagem hipocondríaco, foi chamado como "Cavalinho" nos créditos!!) Acho - eu disse ACHO, assisto muito menos TV do que hoje - que nunca mais aconteceu coisa parecida...