A televisão, em toda a sua glória e esplendor... ou não! Através dos comentários descompromissados de um profissional da área que, não se sabe por quê, ainda está do lado de cá da tela. SodTV! A gente se lê por aqui.

21 março, 2006

Grandes momentos da TV... quer dizer, nem tanto

Dentro de alguns meses, o horário político invadirá as nossas casas. E com velhidades: assim como nas eleições de 1994, voltam a ser proibidas imagens externas, vinhetas de computação gráfica e somente os candidatos podem aparecer. O caso é que tudo isso não impediu FHC de se eleger no primeiro turno em 1994 - torcia como nunca por Lula, naquela época, mas com 17 anos, sem chance. Apesar de já ser permitido o voto aos 16 anos, nem me lembro se votei naquela época.
Essa legislação para regular o nível das campanhas televisivas por baixo caiu a partir de 1996, e foi ressuscitada ano passado - e curiosamente, seu autor (e disso ninguém lembra) foi José Serra. O objetivo secundário era neutralizar a grande arma do PT, que era o apoio da classe artística, que naquela época estava toda com Lula.
[Aparentemente a lei atingiria somente as eleições de 2008 ou de 2010. O horário político foi praticamente normal, sem alguns exageros de outrora, mas não irritante pela ausência dos mesmos.]

Não sei se isso tem que ser necessáriamente um padrão de agora em diante ou não - por causa daquela história de se regular os gastos das campanhas. Tá certo, produtoras e seus equipamentos podem custar milhões de dólares, mas há outros motivos para se gastar em campanhas, como o preço das gráficas. Pegue qualquer gibi da Turma da Mõnica que você lerá na última página: Impresso na gráfica Cochrane em Santiago, Chile. O Chile tem o melhor parque gráfico da América Latina, e as grandes editoras mandam imprimir lá suas publicações porquê os preços das gráficas brasileiras triplicam sempre que é ano de eleições - inclusive nas empresas que nada tem a ver com o assunto!

E o que isto tem a ver com "momentos da TV"? Vamos relembrar os menos piores momentos da TV no... horário político!
- 1994 foi o ano das pragas. Primeiro: Qualquer filmagenzinha sem importância dentro do estúdio passou a ser feita em película. Não sabia que película dava em árvores. Segundo: A praga dos candidatos que vestem camisa azul e aparecem falando ao telefone, escrevendo alguma coisa em uma mesa de escritório com fundo preto, copiada da campanha eleitoral de Bill Clinton. Terceiro: mãos. Uma coisa para se burlar a ausência de computação gráfica e imagens externas foi o uso delas, como as "cinco metas" de FHC - além de com isso se alfinetar Lula de uma forma extremamente maldosa. E este ano, possivelmente, elas estarão de volta, já que seu precursor, Guilherme Afif Domingos, está de volta à política e se tornou conhecido justamente em 1989 com uma campanha que envolvia mãos e gestos.
[Afif Domingos se candidatou ao senado, não conseguiu. E em sua campanha não tinha nada de mãos, não...]

- Podem falar o que quiserem sobre as baixarias do horário político, mas nenhum foi tão longe quanto o horário eleitoral para governador de 1987. Em São Paulo, Paulo Maluf (PDS) e Antônio Ermírio de Moraes (PFL) travaram uma batalha homérica, onde sobrava até para as empresas Eucatex e Votorantim, ambas acusadas de poluir a natureza e deixar os funcionários doentes sem assistência médica. Muitos trechos do horário político chegaram a ser censurados - ainda havia isso, na época.
Mas o pior vem agora: Antônio Ermírio passou, a partir de um certo ponto, a ser apoiado por... ROBERTO CARLOS!!! O Braga! Que é capixaba e não tem nada a ver com o peixe!! Aaarghhh! O dia em que isso cair no YouTube vai ser uma bomba atômica para todo o Brasil, que nem imagina que isso já possa ter acontecido algum dia. Acho que nem em "Roberto Carlos em Detalhes" deve ter isso escrito.

Em compensação, essa campanha teve um dos lances mais engraçados que eu já vi na minha vida. O slogan de Antônio Ermírio era Novo São Paulo, assim, sem artigo indefinido. E o programa de Maluf, satirizando o horário do adversário, fez um coral desafinadíssimo cantar "Velho São Paulo..." enquanto surgia um logotipo semelhante, um tanto difícil de se fazer naquela época. Mas eu rolava de rir com aquilo que é uma coisa. Essas coisas precisam vir pra Internet, gente...

- Essa é de anteontem: em São Paulo, na última campanha política, o único candidato a vereador cuja imagem não aparecia se chamava Russomanno. Só que Celso Russomano é deputado federal. Não deu outra, e esse outro membro da phamília acabou sendo eleito vereador, repetindo o que acontece no filme "Um Distinto Cavalheiro", com Eddie Murphy, que interpreta um político que adota um nome conhecido e acaba sendo eleito como deputado nos EUA. [O político em questão é Átila Russomanno.]

- FHC em 1994 teve dois locutores totalmente opostos: Ferreira Martins, o locutor mais bem pago do Brasil (e cuja voz me dá raiva), e Ciro Jatene. Um extremamente sério (é a experiência, de tantas campanhas contra a pirataria, o uso de gás de cozinha em automóveis, etc e mais etc), e o outro... extremamente engraçado, Ciro era quem fazia a locução do programa TV Pirata!!
[PS: Tá na hora de surgirem novos locutores de comerciais neste meu Brasil, acho que o mais jovem já tem uns 25 anos de locução... Palavra de um ex-locutor frustrado.]

- Em 1989, o candidato Paulo Gontijo adotou como arma o mistério: seu nome de guerra era "PG" e seu rosto só apareceu no horário político já na metade da campanha. Adivinha o que aconteceu? Exatamente, só eu me lembro dele... Seu slogan era "100 anos em 5", de deixar a promessa de tirar as crianças das ruas de São Paulo em 25 dias, feita por Francisco Rossi em 1996, no chinelo. Mais realista seria "Para o alto, e avante!..."

- Ronaldo Caiado, da UDR (até hoje o único partido que se tem notícia no Brasil desde os anos 80 que não começa com P) foi resposável por uma das maiores forçações de barra do horário político, em 1989. Um texto, atribuído a um brasileiro do século XVII, antecipava vários acontecimentos da história mundial no maior estilo Nostradamus, e dizia que no futuro, a nação seria salva por alguém que montava um cavalo branco... e eis que do nada surge RC em um cavalo branco, em uma cena que só faltava se dizer: Venha para onde está o sabor... (e a propósito, Collor phoi o desastre, mas Caiado, se eleito, não ficaria atrás!)
[Em 2007 cai a lei que dizia que as siglas dos partidos tinham que começar com P, e o primeiro a adotar um novo nome é o PFL, que passa a assinar DEM, de Democratas. Coisa que eles não tem lá muita intimidade, mas enfim... E Fernando Collor se elegeria senador em 2006, depois de uma entusiástica campanha em Alagoas. Acredite: ainda não ouvi seus argumentos a respeito do que aconteceu com sua carreira política nos anos 90, mas ele já disse a Clodovil que, atualmente, já ouviu muita gente lhe pedir desculpas por ter pintado a cara e saído às ruas!...]

- 1996: Duda Mendonça era o marketeiro de Celso Pitta, candidato de Maluf. E no horário do PPB (atual PP) houve uma "campanha" contra a baixaria nas campanhas políticas. Foi um retumbante fracasso e só resultou em ainda mais baixaria, que acabou sendo correspondida enfim pelo partido de direita. Entre as acusações, textos idênticos em propagandas políticas em vários locais do Brasil, fora o caso de um candidato paranaense do PSDB que prometia fazer programas chamados Leve Leite e Cingapura - pra quem não sabe, inventados por Paulo Maluf, quando foi prefeito de São Paulo em 1992.
Uma curiosidade curiosa: as campanhas de Maluf quase sempre trouxeram alguns rostos um tanto conhecidos da TV brasileira, seja antes, seja depois de aparecerem nos programas. Cévio Cordeiro narrou um dos últimos VTs a ir ao ar pela TV Tupi do Rio de Janeiro. Helen Helene já era uma atriz relativamente conhecida e começou a chamar a atenção após ela própria ser vítima de ataques de políticos adversários (curiosidade, além de atriz, ela também entende pacas de gastronomia, recentemente ela lançou um dicionário de termos franceses do ramo!). Carminha (não sei o nome completo) era apresentadora do programa Revistinha, da TV Cultura (que eu gostava paca, aliás) e apareceu vários anos depois no horário político de Maluf. E Cláudia Spinelli, recém-saída de uma campanha publicitária (Café Torrefacto, incrível como eu não me esqueci disso) foi a principal apresentadora do horário político de Celso Pitta, e se tornaria anos depois apresentadora do Shop Tour, onde está até hoje.

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