JN Irreconhecível !!!
O Jornal Nacional começou a semana simplesmente irreconhecível. Primeiro, homenageou os times campeões estaduais tocando seus hinos - na versão instrumental (dá-lhe General Midi). Algo que seria mais a cara de um Globo Esporte, não?
E depois, começou uma longa homenagem ààà Gustavo Guga, o Kuerten. (Vale lembrar que, no começo da carreira deste, o slogan da Globo era: Quem tem Globo, tem tudo... menos os jogos do Guga, que passavam na Manchete!) Mãns, não bastando isso, no bloco seguinte eles engataram uma entrevista com o próprio, direto da bancada do próprio JN!! E ficou a impressão de que a entrevista foi gravada durante a tarde, ouvia-se o barulho da redação ao fundo. Os apresentadores do JN, há mais de 20 anos, chegam muito antes do que se imagina ao estúdio: mais ou menos na hora da Sessão da Tarde, eles podem ser acionados em notícias extraordinárias. E na hora do telejornal, a redação precisa fazer um silêncio sepulcral, embora sejam vistos andando no encerramento.
Nesse local, pouquíssimas pessoas já foram entrevistadas, e em ocasiões extremamente especiais, como candidatos à presidência da república, além dos ex-apresentadores do JN, quando dos aniversários do programa e nos 40 anos da emissora.
Até a fase atual, com redação no estúdio, muito poucas inovações e momentos especiais se fizeram notar nesse programa, senão, vejamos...
- Entre 1983 e 1986, sei lá quando, aconteceu o famoso caso em que Cid Moreira se atrapalhou por causa de uma mosca no estúdio. Espero que o José Marques Neto tenha gravado o tapa que ele deu no inseto... Parece que é dessa época também uma reportagem envolvendo guardadores de carro, que, segundo contou Chico Anysio certa vez, fez Cid Moreira rir.
- Em 1985, eu comecei a entender que aquelas janelinhas no cenário não eram exatamente televisores. O chroma key, mal regulado, começou a "furar" o cenário e o paletó de Celso Freitas.
(Mas já foram televisores de verdade, antes de 1983, com a obscura fase do cenário branco de Hans Donner.)
- Cid Moreira, em 1986, antecipou seu próprio futuro... ao declamar o poema "E agora, José", de Carlos Drummond de Andrade, quando este morreu. E fora da bancada do JN, em um cenário de chroma key - quando ainda não havia previsão do tempo no telejornal.
- Nesse mesmo ano, Fernando Vannucci chorou no final do JN quando noticiou a eliminação do Brasil na copa do México. A imagem foi reprisada muitas vezes nos Vídeo Shows da vida, até ele sair da emissora.
- Em 1988, Sérgio Chapelin talvez estivesse estreando um terno novo. Mas tão novo que era possivel ver que ele estava com os cabelos em pé!! Se isso acontecesse 20 anos depois, ele talvez detonaria o seu IPod só com um aperto de mão...
- Em 1989, já na fase do cenário com neon, Sérgio Chapelin e Cid Moreira se cumprimentam através da bancada. Moreira, emocionado pela última notícia, de que ele estava completando 30 anos à frente do JN.
- Em 1996, quando William Bonner assume o JN, uma curiosidade: inaugura-se um terceiro lugar na bancada para os comentaristas esportivos, como Galvão e Vannucci. Uma quarta câmera chegou a mostrar essa bancada extra em um ângulo baixo e a bancada "original" do JN ao fundo.
- Em 1998, Bonner e Lilian Witte Fibe noticiam uma decisão equivocada da justiça que chamou ELES PRÓPRIOS como testemunhas de um caso que eles apenas noticiaram!
- Em 2001, no novo cenário do programa, algo curioso: o balanço do "JN", pendurado por fios de náilon... E um show de iluminação, que mudava de cor para cada notícia.
- Em 2002, uma surpresa para todos: William Bonner vai para a redação de São Paulo, da qual é costumeiramente feito o Jornal da Globo, entrevistar o recém-eleito (quem diria) Lewis Ignatius Lula of the Silva. Tem-se aí uma prévia de como seria o JN se ele também fosse transferido para São Paulo, assim como aconteceu com os outros telejornais (exceto Fantástico e Bom Dia Brasil), embora isso seja improvável, eles tem os estúdios originais da Globo quase inteiros pra eles.
- Em 2008, os apresentadores, em plena bancada, passam a contracenar com pequenos painéis virtuais, que dão principalmente as informações de economia. Toda a parte de GC foi transferida para o mesmo equipamento que faz o cenário virtual do futebol, e efeitos 3D se tornaram habituais - talvez porquê a Record havia comprado o mesmo software usado pela Globo, da israelense Orad, para suas transmissões de futebol.
- E, segundo a Wikipedia, o JN já foi exibido aos domingos (provavelmente antes de ser criado o Fantástico), e já houve um Jornal Nacional Segunda Edição as 11 da noite (provavelmente antes de 1979, quando segundo a WP estreou o Jornal da Globo, e provavelmente substituindo um dos telejornais mais obscuros da emissora, e que eu juro pra vocês que existiu porquê eu vi uma foto: o Jornal Amanhã, análogo ao Jornal Hoje.)
2 comentários:
Sobre o fato de 1998, imagina se Bonner e Fátima tivessem noticiado o próprio assalto que eles sofreram em 2005!
E sobre JN aos domingos: no Tele Trívia (quiz que ia ao ar aos sábados no Video Show em 2000), houve uma pergunta verdadeiro-ou-falso sobre isso. Miguel Falabella disse que foi mesmo antes de criarem o Fantástico, em 1972.
Olá, Igor! Eu sou o Fábio (Tião Bento rs), escrevi isso sobre o Jornal Nacional de domingo e a Segunda Edição no período em que o Jornal da Globo foi suspenso, começo dos anos 80. Abraços e parabéns pelo seu trabalho!
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