Aos mestres, com carinho...

Estou falando de Arrelia, não dos professores da Casper Libero, que com os trabalhos que despejaram sobre o meu irmão me deixaram quase 4 dias longe do computador. Que vergonha, ainda se eu tivesse uma picape, uma mountain bike, uma moto, mas eu nem tenho nada disso...
Mas a TV está cheia de assuntos! Como vai, como vai, como vai? Tudo bem, tudo bem bem bem!

PÂNICO: INIMIZADES, VIOLÊNCIA, FRUSTRAÇÃO...
E ISTO É UM PROGRAMA DE HUMOR!!
O "Pãnico na TV" já esteve melhor... Quase todo o programa foi feito para humilhar Daniel Castro, que tinha revelado a última do Pânico: Carioca estaria de volta - para frustração dos milhares de comediantes amadores que mandaram fitas para o programa - e como o novo intérprete do Mestre Fyoda. O personagem era interpretado por Marcos Aguena (segundo o próprio site do programa), também conhecido como o repórter surdo. Aguena, este sim, saiu do programa - apesar de ter aparecido no videoclipe que celebrava a "pobreza" do Pânico, sendo violentamente agredido por uma senhora, no largo de São Bento.
No "Criatura Dinâmica" isto já ficava evidente, o Mestre Fyoda estava um pouco mais corpulento do que o normal. Fora o fato de que Carioca, que não fala uma palavra sequer com o programa Superpop, participou do videoclipe "Volta, Clô". Engraçado, cantar ele pode?...
O programa acabou de uma forma totalmente absurda: para "abaixar" a audiência, foi chamado um locutor que leu um poema de Fernando Pessoa para uma sonolenta platéia, durante uns 10 minutos. Mais uma idéia que não é original: o comediante Andy Kaufman já fez isso em um show, revoltado porquê a platéia só queria saber do personagem Latka Gravas, de "Taxi", e não de seus outros personagens - um episódio mostrado no filme "O mundo de Andy", com Jim Carrey. A semelhança do caso Carioca com esse filme foi descoberta pela produção do Superpop, o novo alvo das críticas do Pânico na TV.

Outro final absurdo do Pânico também não é original. Em 2004, um programa terminou com garotas dançando ao som de... Vivaldi! O videomaker Fernando Muylaert (do www.muyloco.tv ) reinvindica a autoria dessa verdadeira loucura televisiva.
Mas o que mais me chamou a atenção foi que o programa vem ganhando cada vez mais inimigos declarados, fora as pessoas cotadas para calçar as Sandálias da Humildade - como a dupla Pedro e Thiago, e Rick, da dupla Rick & Renner, que diz que não fala com o Vesgo de jeito nenhum. Além de Alfonso Della Mônica, que através dos seguraças do Palmeiras Phutebol Clube, infernizou a vida de Merchan Neves e Calçagrande a tal ponto de fazerem são-paulinos, santistas e corinthianos reforçarem-se em suas crenças. Começo a ficar com saudades de 2004, quando o Pânico começou a virar "o Casseta e Planeta sem 5 meses de férias". Se Emílio Surita não quer que o Pãnico seja isso, eu quero - e essa será a minha finalidade, caso algum dia eu venha a ter um programa de televisão. Como diz aquele cara do comercial do carro, "é só checar"!
(Edit: Em 26 de maio, Daniel Castro se vinga do Pânico com a maior classe e revela que Marcos Aguena, o ex-Repórter Surdo/ Mestre Fyoda, saiu do Pãnico porquê ele passaria a ter o menor salário entre todos os seus colegas [todos ganhando na casa das dezenas de milhares de reais - se alguém reclamar de salário no Pãnico na TV, agora está reclamando de barriga estufada]. Rodrigo Scarpa e Wellington Muniz passaram a ser os maiores salários do grupo. E eu aposto que o SBT vai querer contratar Aguena pra trabalhar no Domingo Legal, pra fazer reportagens com o Rodolfo Carlos... )

MÃE, PELÉ E SHOP TOUR, SÓ TEM UM!
O espectro UHF em São Paulo vem presenciando uma verdadeira batalha nos últimos meses. O famoso programa Shop Tour, que era exibido pelo canal 16 UHF, precisou sair desse canal por ordem de seus proprietários. E em 31 de março, o programa foi transferido para o canal 46 UHF, que já exibia o programa-tampão Teve Shop, criando assim a "TV Shop Tour", com retransmissoras em todo o Brasil, incluindo dois canais em VHF em Santa Maria (RS) e Ouro Fino (MG).
O canal 16, com torre na Avenida Paulista, passou a exibir clipes e infomerciais, até que um dia, entrou no lugar de toda aquela programação, o programa MixTV. Aparentemente uma tentativa de manter os telespectadores mais desavisados assistindo o canal 16 UHF. Não foi fácil criar o hábito de assistir UHF aqui em São Paulo, onde antigamente a única emissora significativa era a MTV. Hoje já existem grandes projetos de UHF, como o Canal 21 e a TV Palavra, canal 24 UHF, além da própria TV Shop Tour, que é um canal de interesse público - por isso é o único canal que "se permite" que sejam pirateadas as suas imagens por outras emissoras, para preencher a programação.
Mas eu disse as imagens, não o programa... como fizeram o pessoal do Mix TV.

O Mix TV, um "cover" do Shop Tour, passou a ser exibido no canal 16 UHF durante o dia inteiro - o que faz pensar se o canal 16 UHF estaria junto nessa, porquê o aluguel para o Shop Tour custava muito caro. [EDIT: A MixTV é produção, sim, do próprio canal 16 UHF.]
A Mix TV tem alguns conhecidos entre seus apresentadores: Verena, que faz "merchãs" em vários programas de TV, Oswaldão (famoso pelos comerciais da Camisaria Fascynios), além das ex-Shop Tour Jane e Cris Mello, que já fizeram parte de outros concorrentes que o Shop Tour já teve, como o "Consuma Bem". Parecia que a Mix TV queria era confundir os telespectadores, fazendo eles pensarem que o ST mudou de nome!
Teve, mas não deveria ter. Segundo pronunciamentos dele próprio no canal, Luiz Galebe, o "pai" do Shop Tour, registrou o tipo do programa em seu nome, e outros programas que tentam imitá-lo são plágios. Shop Tour, mais do que um programa, é uma mídia diferenciada, onde os comerciais constituem o próprio programa (sem parecerem o "empecilho irritante aos programas", que parecem ser na televisão convencional). E segundo Galebe, não foi fácil fazer o Shop Tour emplacar, há 18 anos atrás.

As semelhanças com o Shop Tour não paravam por aí: um dos apresentadores tinha a voz muito parecida com a de outro apresentador, em atividade, do Shop Tour.
O programa MixTV acabou sendo retirado do ar devido a uma liminar concedida em favor do Shop Tour, e o canal 16 UHF foi obrigado a exibir uma imagem que dizia que o Shop Tour estava no canal 46 UHF. O canal meio que ficou sem programação durante quase 2 semanas, mas infelizmente, em 25 de maio o TV Mix voltou ao ar. (Eu digo infelizmente, porquê fora o fato de o pessoal do Shop Tour ler este blog, a MixTV é um mero "cover" do original, inclusive com os mesmos anunciantes - provavelmente contatados pela MIxTV após aparecerem no Shop Tour!)
Por tudo isso, Galebe resolveu abrir o jogo em seu próprio canal, e perguntar aos telespectadores o que eles acham dessa história toda, uma espécie de "passa-se o ponto" sem o consentimento do dono da empresa, digamos assim.
(Na volta, a MixTV resolveu meio que tripudiar e adotou um novo slogan: "MixTV, essa todo mundo vê")

O mais curioso é que na última sexta-feira, dia 20, pouco depois de um dos pronunciamentos de Luiz Galebe, uma transmissão digital de origem desconhecida, que transmitia apenas um sinal de "black", encobriu o sinal da TV Shop Tour no satélite - o que tirou o canal do ar em todo o país, via ar e cabo. A transmissão ficava truncada e "quadriculada" (característico do sistema digital adotado pela TV Shop Tour, para gerar a programação direto do Rio Grande do Sul.)
Segundo comunicado da própria emissora, a Anatel autorizou o Shop Tour a aumentar a potência dos transmissores - mas isso foi acompanhado pela "emissora" pirata, que novamente encobriu o sinal do ST. Só horas depois, o Shop Tour, a Anatel e as TVs a cabo conseguiram driblar essa estranha "interferência". O canal e a Anatel querem encontrar os culpados, e pedem que se alguém tiver alguma iformação sobre isso, que ligue para o Disque Denúncia (181). Parece coisa de filme, mas é a mais absoluta realidade! (E, cá entre nós, será que o pessoal do 16 UHF teria alguma coisa a ver com isso?...)

Eu estou chocado e surpreso, com todos esses acontecimentos, porquê quando eu tinha 15 anos eu criei a minha primeira história em quadrinhos original, e essa HQ se dava em uma rede de televisão pirata, com sede na região Sul, e que transmitia o seu sinal em UHF (no canal 69, um canal que eu nem sei se existe). Esse lance de "TV pirata" (fora o programa de humor com esse nome) eu tinha visto no livro "Berenice Detetive", de João Carlos Marinho - um livro extremamente atual, onde em um texto escrito em 1986 era previsto computador com 16 milhões de cores (hoje em dia são muito mais, dependendo da sua placa de vídeo)
Antes que você se anime: é extremamente difícil fazer uma única transmissão pirata - de rádio, que dirá de televisão - sem que você seja preso pelo pessoal da Anatel, eles conseguem detectar qualquer transmissão "estranha" no ar. Que dirá uma REDE de transmissores de televisão dessa forma... Tudo bem que algumas rádios piratas "sobrevivem", mas aí é por outros motivos que eu já não sei...
O curioso é que essa rede criada por mim lembra muito a Shop Tour, embora esta seja completamente oficial, e a "emissora" da minha história não era segmentada, era uma mistura de Globo com RedeTV (que nem existia, mas no sentido de uma emissora pequena e atrevida).
Já ouvi falar de um pessoal que fazia transmissões no canal 3, que pegavam em três bairros apenas de São Paulo, e de outro pessoal que ajustou os transmissores para cobrirem o sinal da Globo, na hora do Jornal Nacional. Isso fora as rádios supermoduladas - se alguma vez você já sintonizou rádio FM e ouviu duas rádios ao mesmo tempo é porquê uma delas está supermodulando e invadindo a frequência da outra. Ah, esse assunto rendia outro blog...

VAMO RI, TACA Aí!
Clique aqui para ver o site "Tinha que ser o Chaves" simular algo impensável, veja a seção "Chaves na Tela da Globo".

Um abraço a todos, e obrigado por lerem esse textão, quase tão chato quanto o final do Pãnico na TV do dia 22!
Té+, pessoal!

(PS: Em outro blog eu perguntava - de forma retórica - para Luiz Galebe pra que servia a marca registrada dele "Te vi na TV", que não pôde ser usada por João Kleber como nome de seu programa. Ainda não consegui resposta, mas eu cheguei a um raciocínio de que de repente esse poderia ter sido o primeiro nome do Shop Tour... Imagine a cena: o consumidor vai pra loja porquê viu ela sendo anunciada na televisão, qual a primeira coisa que ele diria ao balconista/comerciante/gerente? "Te vi na TV!")

(PS2: Pessoal do Shop Tour, eu meto o pau na Record neste blog porquê eu não gosto dessa Record de agora, fase 2005, mas na época em que a Record gentilmente pediu para o Shop Tour ir para outro lugar sem copiar vocês, "essa" Record eu achava melhor... Na verdade, é tudo a mesma coisa: a antiga sede do canal 16 UHF é onde hoje está a TV Record. Milton Neves e Cacá Rosset já frequentaram os mesmos estúdios, onde cerca de 10 anos depois, passariam a trabalhar juntos, no programa "Debate Bola".)